quinta-feira, 7 de abril de 2011

Passou :)

Agora que não há mais uma montanha na minha frente impedindo minha visão, eu entendo tudo claramente. Agora que já não há mais importância saber, ver, ouvir e principalmente entender os fatos, eu entendo. Hoje indo pra faculdade passei pelo portão que tem o seu nome escrito e nada, não senti nada. Nem raiva, nem mágoa, nem alegria. Na volta dei de cara com o muro que também tem pixado o seu nome, pensei: "Não era pra ser." Sem ressentimentos. Fiz de tudo pra lembrar de você com alegria, pra só guardar coisas boas e durante um ano você me deu motivos para eu ter raiva, somia e aparecia feito um inseto que a gente tenta matar. Aparecia pra me deixar confusa e somia pra me matar de saudade. Dizia coisas pra me fazer acreditar de novo em nós dois e em seguida agia de maneiras que me tornavam desacreditada de tudo.
Feito uma criança tomada por sua inocência, tentando montar um castelo com areia seca. Quanto mais areia se tivesse nas mãos, mais difícil ficava de segurar, então desajeitadamente caía e no lugar de um castelo apenas uma montanha de areia nos meus pés. Assim aos poucos meus sentimentos foram caindo das minhas mãos por entre meus dedos feito areia seca de praia. Até que a pequena montanha cresceu e encobriu minha visão e já não era mais possível enxergar além, entender o outro lado, saber como agir e encontrar uma solução. Com a visão impedida, tentei encontrar um caminho, passei por lugares sombrios e as vezes parecia enxergar um sol acima da montanha e de repente tudo parecia escuro novamente. Subitamente o tempo fechou e trouxe consigo uma forte ventania, destruiu metade da montanha de areia que havia nos meus pés. Com a visão clara consegui enfim ver problemas e soluções, mas a outra metade ainda pesava sobre meus pés, o que me impossibilitava de me mover e agir para remover a sobra da montanha. Outra ventania veio levando aos poucos o resto da montanha, ventania que era princípio de uma tempestade. Durante o mau tempo fiquei confusa e perdida. E agora que o tempo ruim passou, entendo e agradeço. Tudo me serviu, a ventania por ter levado a sobra montanha e a tempestade por lavar meus pés para que nenhuma poeira de areia pudesse ficar por ali.

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