Fim de tarde, passou-se 12 horas desde o momento que eu disse: “Amanhã. Amanhã eu acabo com esse tormento. Amanhã coloco um fim nessa dúvida.” E sabe. Ainda não fiz nada a não ser esperar uma atitude sua. E me falta coragem. Meus amigos não estão aqui pra me encorajar, minha mãe também não, minha irmã está dormindo e minha coragem não sei onde enfiei. Já procurei, já fucei e só encontro medo, medo, medo por qualquer lugar que eu procuro. Medo de saber a verdade, medo de não te ter nem por alguns minutos nunca mais, medo de me arrepender. Medo.
Eu procurei coragem entre mensagens antigas, em lembranças guardadas, em momentos vividos, só encontrei nostalgia. Nem saudade eu encontrei, na verdade encontrei uma falta enorme não sei do que mas que era diferente de saudade. Talvez uma saudade disfarçada, porque não apertava o coração, as veias não pulsavam mais rápido, não ardiam os olhos, não esgoelava a alma. Não era saudade, não dessas comuns. Ainda que fosse, era sem sentido.
Quanto mais eu procurava, parecia ficar mais longe de achar. Encontrei ansiedade, vontade, motivos, razões, princípios, tudo que era necessário, menos o principal, essa coisa tão importante que me faria liberta de qualquer dúvida, coragem. Me serve qualquer coisa que seja parecida, que dê o mesmo efeito, que me encoraje a encarar. Quem sabe uma dose de tequila. Uma? Não, uma é pouca, algumas doses seriam suficientes.
Me falta vontade, na verdade apesar de necessário não estou preparada pra saber de seja lá o que for. Me falta querer, me falta atitude. Nada disso condiz com meus princípios. E tudo não passa mesmo de uma hipocrisia sem fim. Adiar essa atitude só me faz parecer covarde. Cadê aquela sede toda de justiça para comigo mesmo? Onde foi parar minha coragem, meus princípios e meu amor próprio?
Me falta você. E é exatamente isso que eu não quero que falte mais, não quero ficar na falta. Na espera eterna de algo que nunca chega. Na dúvida se tenho ou não você. Eu quero que não falte e tenho duas alternativas para que não me falte: Seja por estar próximo ou por não precisar de você, nunca mais, por não pensar e nem sentir saudade e nem vontade de estar com você.
‘Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas me diga logo pra que eu possa desocupar o coração... Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível que estou só do que ficar à mercê de visitas adiadas e encontros transferidos’
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