quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ela sem ele.

Então eles não teriam mais nenhuma história. O destino havia de querer assim, ela pensou.
Ele optou por não querer mais, por não viver distante, por não viver mais por eles. Optou por todas essas coisas que ela não haveria de entender muito bem. Mas, tudo bem, seria assim, então. Eles não teriam mais nenhuma história.
Ela não seria mais tudo aquilo que ele tanto procurava, não, ela trataria de mudar. E ela, embora sempre pensando nele, fingiria não pensar. Ele acreditaria, ao passar do tempo. Ela sofreria calada, sempre solícita e alegre. Ele com o tempo se encontraria nos braços de outra que não era ela. Ela sentiria raiva e coisas confusas. Ela não daria café na cama, para ele. Ela não faria carinho nos cabelos dele e não sentiria mais aquele cheiro que só ele tinha. Não era o perfume, nem o shampoo, nem o sabonete, era um cheiro próprio. O cheiro dele.
Ela não faria mais as cenas de ciúme que ele tanto gostava.Ele não pensaria nela com tanta alegria, agora haveria de ser só lembranças. Ela não ligaria para ele de madrugada, ele não ligaria para ela nunca. Ela não mandaria mais mensagens apaixonadas. Eles não combinariam de se ver. Eles não se beijariam mais, não se abraçariam, não se sentiriam. Ele não mais a olharia tão profundamente nos olhos, ele não adivinharia ela tão perfeitamente. Ela não ouviria mais, tantos detalhes tão bem notados ao seu respeito, não vindos de um homem. Ela riria menos, ele nem se lembraria do sorriso dela.
Ela não mais se olharia tão inspirada positivamente. Ele não mais a olharia. Ela não mais o olharia, ele não mais se veria sendo olhado, não com aqueles olhos dela, aqueles olhos que devoram, que o desejavam por inteiro e eram completamente apaixonados por ele.
Ela não mais sairia tanto de casa, ele se entregaria a uma rotina.
Ele se sentiria muito cansado. Ela se sentiria só. Eles se sentiriam estranhos, eles pensariam um no outro.
Ela pensaria nele, e ela torceria para que ele pensasse nela. Ele pensaria nela e ela torceria para que ele não a esquecesse.
Ela não saberia falar sobre o futuro, ela se acostumaria com a falta dele. Ele se acostumaria a não sorrir tanto.
Ela morreria sem ele, ele viveria sem ela.
Ele por um tempo ainda guardara o lugar dela ao lado dele. Ela não mais acreditava. Ela dava tudo para entendê-lo. Ele nem queria saber dela. Ela sentira falta até das brigas. Ele nem se lembrava dos desentendimentos. Ela ainda sentia esperança. Ele não sentia nem a falta dela.
Eles se desencontrariam ainda mais, ao passar do tempo. Ele se acostumaria a não se arrepender. Ela se acostumaria a não culpá-lo.
Eles não mais andariam de mãos dadas, na praia, na praça, no curso, na rua. Eles não mais seriam um só. Eles não se completariam. Eles morreriam sem saber. Ele por medo de dar continuidade a uma relação instável, distante ou por não a querer mais mesmo. Ela, por não ter opção.
Ele não mais a beijaria. Ela não mais falaria em primeira pessoa, ao falar dele.

Eles se desencontraram.
 
[remontagem do texto ele e ela do blog do andre =P]

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